A necessidade da existência de tal ato é que em diversas vezes, das mais variadas maneiras, terceiros podem -intencionalmente ou não- tomar atitudes que afetem nosso bem-estar.
Concedendo perdão a um sujeito estamos assumindo, frente a ele, que quaisquer reações, atitudes, condições, débitos e dívidas de qualquer ordem e espécie que venham a surgir como conseqüência de uma atitude específica sua, serão, integralmente, assumidos pelo concessor do perdão.
Seria algo como um prêmio de seguro com franquia nula e cobertura infinita.
Embora essa seja uma definição bem precisa da coisa, existem condições interessantes para analisarmos.
1- Quando um estranho esbarra em você, suponha num terminal de passageiros, e lhe pede desculpas, qual pode ser a mais extensiva conseqüência com que você terá de arcar? No pior dos casos, algum volume que você leva nas mãos ou braços poderá ir ao chão.
Entretanto já nos precavemos dessas coisas quando vamos a esse tipo de ambiente, o que reduz as chances de ocorrer acidentes desse porte.
Na grande maioria dos casos, o que ocorre é um mero desequilíbrio.
Isso nos faz conceder perdão, nesse tipo de caso, quase que por cultura; é algo meio que automático:
-Oh, me desculpe!
-Ok, de boas/Sem problemas/Não foi nada/Ah, deixa queto/...
Entretanto, veja o caso seguinte:
2- Quando um veículo esbarra no seu, no trânsito.
Não precisa nem definir o resto da situação. No melhor dos casos, houve apenas um raspão ou um encostão sem maiores danos, mas existe uma possibilidade não desprezível de que tenha ocorrido um pequeno amassado (lanternagem=R$250,00) ou um farol quebrado (R$50,00).
No caso de ter ocorrido os dois, são R$300,00.
Quem está disposto a perdoar R$300,00 mais o tempo do carro parado na oficina mais o tempo perdido do seu dia mais o modo de direção do cidadão?
Poucos.
Se é que existe alguém.
Mas o que as pessoas tem deixado de perceber é que o perdão é fundamental nas nossas vidas.
Cada perdão efetivamente concedido cria, no perdoado, uma sensação positiva para com o concessor do perdão. O concessor 'ganha pontinhos' para com o perdoado.
Isso é útil tanto com o(a) seu(ua) namorado(a) quanto com seu chefe ou seu subordinado.
Concluímos, então, que o perdão, embora seja difícil em algumas situações, é muito útil e importante nas nossas vidas.
Para os que quiserem procurar mais sobre o perdão, suas aplicações, seus aspectos mais conceituais e sua definição formal, recomendo procurar O Cara, que foi um dos maiores pregadores do ato de perdoar.
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